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domingo, 12 de junho de 2011

Capítulo 14




" And you know that I'll love you forever, I'll love you and never let go "


O que você acha que ela gostaria de ganhar? - Perguntou Taylor, parecendo ligeiramente perdido entre todos os corredores da loja de departamento.
- Eu não sei... - Disse ela distraída.- Qualquer coisa que você der vai deixá-la feliz.
- Hum... - Ele parou diante dos produtos em promoção e admirava uma pequena vela perfumada em formato de rosa. Caroline deu sua opinião antes que ele pudesse perguntar.
- Er... isso não.
- Por que não? É bonitinho.
- Porque é esquisito você dar isso a ela. - Disse a garota, segurando a vela nas mãos e a analisando. - E porque custa cinquenta centavos.
- Fifty cents? Talvez eu possa dar a ela alguns álbuns de rap... - Refletiu ele, sorrindo de lado. Caroline se afastou, perplexa com o trocadilho extremamente perspicaz.
- É... bom, ou talvez eu possa escolher algo e você entrega.
- Tanto faz... a amiga é sua... - Falou Taylor, sem realmente pensar, pois já estava entretido observando uma caixinha de música. Ela voltou a caminhar pelos corredores, indo em direção aos livros. Taylor reapareceu ao seu lado alguns minutos depois.
- Um livro? - Indagou ele, parecendo descrente.
- É. - Caroline folheava um exemplar de couro dos contos de Grimm. - Acho que a Jéssica iria gostar... procure alguma história romântica ou qualquer coisa assim, ela curte...
- Dar livros de presente de aniversário? - Recomeçou ele. - Que coisa de nerd...- Mas passou a observar os diversos volumes sobre as prateleiras, procurando um que o agradasse.
- Ei, Carol. Dê uma olhada neste. Parece ser bom. - Taylor jogou um livro de capa preta para ela.
- Remember Me. - Caroline leu o título em voz alta, curiosa, e abriu na contracapa para ler a sinopse. Não pareceu muito animada. - Ahhh... Taylor... você quer dar para minha amiga um livro que fala sobre adolescentes dissimulados?
- Parece ser divertido. - Ele deu de ombros.
A garota deu uma folheada rápida no livro, e um diálogo no meio deste, chamou-lhe a atenção.

" Sei que confiança ganhamos apenas com o tempo", disse Jamie, encarando o irmão. " E estou disposta a ganhar a sua, mesmo que isso me custe todo o tempo do mundo. "

Ela demorou alguns segundos para se lembrar de onde conhecia aquelas palavras, mas sentiu seu coração apertar quando percebeu.
- Taylor, lê isso aqui. - Pediu trêmula, enfiando o livro debaixo do nariz dele.
- Hum... para o que estou olhando?
- Essa frase. - Ela apontou o trecho, sem conseguir conter seu nervosismo. - No dia em que a Maggie começou a trabalhar em casa ela me disse exatamente essas palavras.
- Hum... - Fez ele novamente. - E daí?
- Como e daí? - Caroline olhou assustada para ele. - Ela usou uma frase pronta, decorou só para tentar me convencer de que tinha mudado. A gente tem que ir embora agora. - Decidiu, largando o livro de qualquer jeito sobre a prateleira e o arrastando pelos corredores. Taylor olhava espantado para ela.
- Carol, você não acha que está exagerando? - Perguntou baixinho. - Já sei que não gosta dela, mas parece que agora está procurando motivos para implicar...
Como era de se esperar, Caroline parou de andar e olhou com raiva para ele.
- Você é muito tapado as vezes, sabia? Eu não acredito que deixamos isso acontecer! - Ela estava realmente alterada. Alguns clientes da loja começavam a observá-la com o canto dos olhos.
- O que nós deixamos acontecer? Ei... se acalme, está tudo...
- Ela está sozinha com seus filhos! - Gritou a garota, voltando a puxá-lo em direção à saída. - Taylor, você não entende...
Ele a acompanhou até o carro, surpreso com o que uma simples frase em um livro havia causado à Caroline. Começava a duvidar de sua sanidade.
- Vou chamar a polícia. - Disse ela, sentando no banco do passageiro e batendo a porta, já com o celular nas mãos.
- Carol, espere. - Taylor entrou pelo outro lado e puxou o telefone da mão da garota. - Calma, ok? Vamos ligar lá pra casa.
- Mas Tay, ela..
Ele levantou o indicador, pedindo silêncio, enquanto segurava o celular à orelha. Ela tentou manter-se tranquila, embora estivesse tremendo.
- Maggie? Oi, sou eu.
- Peça para falar com um deles. - Cochichou Caroline, puxando-o pela camisa.
- É... está tudo bem aí?
- Tay, peça para falar com eles...
- Chame o Ezra, por favor? Quero ver se ele quer alguma coisa da livraria. - Disse Taylor, dando uma piscadela rápida à sua esposa. Alguns segundos de tensão transcorreram até o garoto atender o telefone.
- Ezra, é o papai. O que vocês estão fazendo?
Caroline observou o rosto de Taylor empalidecer. Sem poder ouvir o outro lado da conversa, recostou-se no banco, roendo as unhas.
- Que bom. Nós estamos voltando para casa. - Disse ele para o celular, forçando um sorriso. - Escute... papai ama você, ok?
A ligação foi interrompida. Taylor esfregou os olhos parecendo perdido. Sem aviso, ligou o carro e acelerou, jogando o telefone para o colo da menina.
- Ligue para a polícia.
- Que?? O que aconteceu?
Ele não respondeu. Disparou por mais dois blocos, muito acima da velocidade permitida. Sentia os olhos de Caroline acompanhando seus movimentos, mas não conseguia falar.
- Tay... o que foi? Estou ficando assustada... eles não estão bem? - Perguntou ela, os olhos marejando. Ouvindo o tom preocupado de sua voz, ele encontrou forças para responder.
- Ezra disse que está tomando sorvete de creme com a Maggie, e que os irmãos estão dormindo. - Murmurou.
- E por que você...
- Ele é intolerante à lactose. Não pode tomar sorvete. Ela... - A voz de Taylor falhou. - Ela fez ele dizer isso.
- Meu Deus...
- Carol, ligue para a polícia.- Pediu ele novamente, cheio de aflição. Enquanto ela o fazia, venceram os últimos quarteirões até o apartamento. Taylor estacionou de qualquer jeito na calçada e saiu do carro aos tropeços. Caroline o acompanhou o mais rápido que pôde, insistindo para que esperassem pelas viaturas, mas ele não parecia ouví-la.
- Espere aqui. Pediu Taylor, quando chegaram ao elevador. - Preciso ver o que está acontecendo.
- Não vou ficar aqui!
- Caroline, eu não sei o que vou encontrar lá em cima, e você não pode passar por situações estressantes. Por favor, fique aqui.
- Fique também... - Implorou ela, embora soubesse que não adiantaria. - Você não pode... pelo menos peça para alguém... o porteiro...


Taylor continuava a não lhe dar ouvidos. Sem paciência para aguardar o elevador, subiu correndo pelas escadas de emergência, deixando Caroline muito para trás. Em poucos minutos alcançou seu andar, ofegante.
Lutou por um momento com a fechadura. Sua mão tremia tanto que simplesmente não conseguia encontrar o buraco para a chave; quando enfim conseguiu entrar no apartamento, acendeu a luz e teve uma terrível surpresa. Um homem que jamais havia visto antes estava em pé no meio de sua sala, apontando uma arma direto para sua cabeça.
- Não fale nada. - Alertou o homem. - Entre e tranque a porta.
Taylor obedeceu, sem conseguir acreditar que aquilo estava acontecendo. Olhando mais adiante, viu sua filha sentada no sofá, parecendo aterrorizada.
- Cadê sua mulher?
- Não veio comigo. - Respondeu Taylor prontamente.
- Maggie? - Berrou o homem. - Ele diz que ela não está aqui!
Maggie se aproximou, vinda do corredor. Correu direto até a janela, sem sequer olhar para Taylor.
- Brian, o carro dele está lá embaixo. - Informou a garota, abrindo apenas uma fresta e observando a rua. - A Caroline deve estar também.
- Ligue para ela, mande ela subir. - Mandou o homem chamado Brian.
- Ela não está aqui, estou falando a verdade! - Disse Taylor, mas o suor em seu rosto e os olhos arregalados o denunciavam.
- Anda logo!
- Maggie... - Taylor apelou para a garota. - Eu não sei o que vocês querem, mas deixe-a fora disso, por favor... você sabe que ela não pode com...
- Vou contar até três. - Disse Brian, destravando a arma. - Um...
- Maggie, diz pra ele...
- Dois... - O homem mudou de posição, passando a apontar o revólver para Penelope, que se encolhia cada vez mais contra o sofá. Isso fez com que Taylor se convencesse.
- Tudo bem. - Ele discou o número no celular, hesitante.
- Anda logo, e diga para ela que está tudo bem aqui. Não choramingue no telefone. - Falou Brian, indo se sentar ao lado da garotinha, mantendo a arma na direção dela. Penelope começou a chorar baixinho.
- Está tudo bem Penny, lindinha... - Falou Maggie, sentando do outro lado da menina. Parecia estranhamente dividida.
Antes que Taylor pudesse completar a ligação, houve uma batida na porta. Ele sentiu seu coração apertar ao ouvir aquela voz.
- Tay, está tudo bem? Posso entrar?
Sem esperar convite, Caroline abriu a porta, boquiabrindo-se com a cena que encontrou.
- Não... - Sussurrou ela.
- Vem comigo. - Disse Maggie se levantando. - Você vai ficar no quarto com as crianças.
- Que? - Indagou Brian. - Margareth, por que...
- Ela é doente amor, precisa ficar em um lugar mais calmo. - Disse Maggie, empurrando Caroline em direção ao corredor. A garota não teve escolha senão acompanhá-la..
- Oh, quem diria... - Comentou Taylor, com raiva. - Você tem um bom coração, Maggie...
- Sem gracinhas, amigo. - Ameaçou Brian. Taylor não se deixou intimidar.
- Diga o que vocês querem e saiam daqui.
Não obteve resposta. Maggie voltou à sala momentos depois, e coube a ela dar as explicações.
- Precisamos de dinheiro, estamos indo para a California. Eu e Brian queremos sair da cidade e começar uma nova vida. - Disse à Taylor, sem conseguir olhar para ele.
- Você poderia ter apenas pedido, sabia?
- Pare de provocar! - Berrou Brian, sacudindo a arma diante de Penelope, que voltou a chorar copiosamente.
- Deixa minha filha em paz! Margareth, como você pôde fazer isso? Eu te coloquei dentro da minha casa, confiei em você quando todos me disseram que eu não deveria...
Maggie olhou para ele, e não havia nada em sua expressão além de puro terror.
- Brian, talvez nós devêssemos deixar pra lá...
- Tarde demais pra isso, não acha?.
- Tudo bem, mas é desnecessário deixar a menina aqui, vou levá-la para dentro...
- Que merda, Maggie. - Brian se irritou. - Pare de bancar a boazinha, você ainda é apaixonada por esse cantorzinho medíocre? É isso? - Ele voltou a apontar a arma na direção de Taylor. - Pode dizer, que eu acabo com isso agora!
- Taylor! - Caroline gritou do outro cômodo.
O homem se levantou, irado, e correu até o quarto, para desespero de Taylor.
- Cale a boca! - Gritou ele, chutando a porta do quarto.
- Desculpe! - Ouviu-se a voz trêmula da garota. - É que... eu acho que minha bolsa rompeu.
Taylor paralisou ao ouvir aquelas palavras. Margareth, por sua vez, aproximou-se do namorado.
- Precisamos dar o fora... agora.
- Onde está o dinheiro? - Perguntou Brian, voltando para a sala. O revólver em suas mãos chacoalhava, tal era seu nervosismo.
- Eu não guardo muito dinheiro aqui, mas tudo que tenho está na cômoda ao lado da cama. - Explicou Taylor. Maggie correu para buscá-lo assim que ele pronunciou as palavras. - Por favor, peguem logo o que quiserem e vão embora... eu preciso levá-la ao hospital, e a polícia já está a caminho.
- O que você disse? - Brian arregalou os olhos.
- Já chamamos a polícia antes mesmo de entrar aqui, vocês devem ir embora.
- Maggie, vamos!
A garota reapareceu, sua bolsa agora estufada. Também trazia consigo pequenas peças de decoração, que provavelmente valiam algum dinheiro.
- Então vamos. - Ela jogou uma chave para Taylor. - Pode destrancá-los assim que sairmos.... me desculpe... mas eu precisava... - Maggie baixou o rosto, envergonhada, e disparou para fora do apartamento. Brian, que observara a cena com ódio nos olhos, aproximou-se de Taylor no momento em que a garota saíra de vista.
- Sou apaixonado por ela há cinco anos. - Confessou o rapaz, falando pausadamente e dando ênfase à cada palavra. - Demorei mais de dois para conquistá-la. Ficamos juntos por um ano, um incrível ano, mas ela me deixou. Por sua causa.
- Nunca foi minha intenção. - Disse Taylor distraído, assustado com os gritos de Caroline, que se tornavam mais fortes a cada minuto. Também se preocupava com Penelope, que parecia ter desfalecido sobre o sofá.
- Olhe para mim quando falo com você! - Ordenou Brian. - Você consegue tudo porque é famoso.... basta estalar os dedos. E eu, que ralei tanto para que ela me notasse... - Sua voz se perdeu em meio à tanta raiva. Taylor o encarou, apavorado com sua expressão. Nunca alguém o olhara daquela maneira.
- Me desculpe... - Disse com sinceridade. - Nunca quis atrapalhar vocês, eu sequer sabia...
Sua explicação foi interrompida pelo disparo que ecoou por todo o ambiente. Taylor caiu de joelhos no chão, apertando a barriga no local onde fora atingido. Ergueu os olhos para Brian, que continuava a observá-lo com olhos furiosos, e compreendeu; aquilo nunca havia sido planejado para ser um roubo, e sim uma execução. Ouviu uma profusão de gritos e lamentos à sua volta, mas ele se tornaram mais fracos a cada segundo, até existir apenas o silêncio.

Apesar de estar seguro no colo de seu pai, a falta de atenção por parte das outras pessoas o irritava. Todos olhavam para a estúpida criatura no colo de Diana, suspirando como se aquilo fosse a coisa mais linda do mundo. Isaac, de pé no chão, subia nas pontas dos pés para tentar enxergar, mas tampouco parecia estar satisfeito.
- Conheçam Zachary Walker... - Suspirou Diana, olhando com carinho para o filho recém nascido. Seus tios e tias a acompanharam no longo suspiro de admiração. Taylor não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Aquela era SUA mãe. Começou a chorar alto, fazendo com que Diana desviasse momentaneamente sua atenção para ele.




- Mãe? - Balbuciou. Estava sendo empurrado em uma velocidade irritantemente rápida, e as muitas vozes à sua volta dizendo coisas que ele não entendia, estavam lhe causando uma bela dor de cabeça. As luzes no teto, completamente embaçadas, passavam depressa diante de seus olhos. Estava ficando tonto.
- Mãe, me tire daqui! - Pediu, sem saber que ela não podia escutá-lo. Seu corpo estava queimando.
- Taylor, sou eu! - Disse outra voz ao seu lado, finalmente familiar. Ainda assim, ele demorou alguns segundos para reconhecê-la.
- Jéssica? - Repentinamente, se lembrava do motivo de estar ali. O desespero somou-se às muitas emoções que sentia. - Cadê a Caroline, ela está bem? Meus filhos estão bem?
- Moça, você vai ter que ficar aqui. Ele precisa ser operado. - Disse um dos médicos que empurravam a maca de Taylor.
- Mas...
- Vá ver a sua amiga, nós manteremos vocês informados.
- Não... - Protestou Taylor em voz baixa, percebendo o que acontecia. - Não... Jéssica, onde ela está??
Se a garota chegou a responder, ele não soube.



*****



- Onde ele está??
- Se acalme... ele está sendo cuidado, vai ficar b...
- Você não entende, ele está machucado! - Choramingou Caroline, lutando contra a cadeira de rodas na qual estava presa. A enfermeira se esforçava para mantê-la sentada.
- Não se preocupe, ele vai ficar bem, você precisa se acalmar...
- Carol!
A garota se virou, por um momento delirante, esperançosa de que a voz fosse de Taylor. Mas era Isaac que se aproximava rapidamente, o rosto lívido de preocupação.
- Carol, você está bem?
- Ike, ele foi ferido. - Informou Caroline em meio às lágrimas.
- Eu sei, mas não se preocupe... ele está bem, está consciente... acabou de entrar na sala de cirurgia.
As palavras não eram tão reconfortantes, mas foram o suficiente para que Caroline parasse de chorar, e ouvisse a voz da razão. Ela realmente deveria se acalmar, se quisesse sobreviver às próximas horas.
- A Jéssica está com ele, e o Zac está a caminho... já avisamos todo mundo. - Disse Isaac. - Carol, concentre-se em coisas boas... você vai ter um bebê. Você vai ter um bebê agora!
A enfermeira voltou a empurrá-la pelo corredor, e ele as acompanhou. Foram direto para a sala de parto, onde um médico já aguardava.

*****



Seu burro! Olha o que você fez! - Choramingou Zac, olhando com ódio para o irmão. Isaac, que acompanhava a cena, apenas ria da cara dos dois.
- Desculpe! - Pediu Taylor, olhando com terror para o nariz do mais novo, que não parava de sangrar. - Foi sem querer! Desculpe!
- Está quebrado! - Berrou Zac. - Você quebrou meu nariz!
- Como você sabe??
- Estou sentindo, idiota! Vou contar para a mamãe! - Gritou ele, e saiu correndo em direção à casa.
- Não! Zac, espera aí! - Pediu Taylor, mas não ousou ir atrás do irmão. Se ele estivesse falando a verdade, gostaria de manter a maior distância possível dos seus pais naquele momento.
- Você está tão ferrado... - Comentou Isaac, se aproximando. Ele se abaixou para pegar a pedra do chão, a pequena pedra coberta pelo sangue de Zac. - Olhe... a prova do crime...
- Crime??
- É, você quebrou o nariz dele... isso pode dar quase cinco anos de cadeia.
- Ike, você está mentindo! - Afirmou Taylor, mas parecia estar tentando convencer a si mesmo.
- Não estou não... você vai parar nos noticiários, ficar anos trancado em uma prisão... longe dos nossos pais...
- Não! Mamãe, não deixa me levarem! - Berrou Taylor, correndo para casa, e deixando o irmão mais velho sozinho na pequena praça, se acabando de rir...



- Taylor! Taylor!
- Zac, é você?
- Sim, sou eu maninho, abra os olhos. Eu estou aqui.
- Zac, não conte para ela. - Pediu Taylor, ainda mantendo os olhos fechados. - Por favor!
- O que??
- Não conte que eu te acertei!
- Taylor... do que está falando?
- Você me acertou também? - Ele se remexeu, desconfortável. - Minha barriga está doendo...
- Tay... - Zac se aproximou mais do irmão, assustado com o que ouvia. - Taylor, o que você está dizendo?
-Por fim, abriu os olhos. O rosto angustiado de Zac estava bem ao seu lado, e ele pôde se situar. Talvez estivesse sonhando.
- Desculpe Zac... pensei que estivesse em outro lugar...
- Tay, você se lembra do que aconteceu, não lembra?
- Fui baleado. - Respondeu prontamente. A dor não o deixaria esquecer disso tão cedo. - Onde está a...
- Ela está tendo o bebê, provavelmente nesse momento. - Zac sorriu, apertando a mão do mais velho. - Você será pai novamente em breve!
- Ela está... não... - Taylor tentou se levantar, mas um par de mãos fortes o segurou na cama. - Eu quero ver... preciso ficar com ela!
- Tay, você não pode... - Explicou Zac, do modo mais gentil que pôde. - Você precisa dormir um pouco antes de vê-la, pode ser?
- Não... eu preciso ir...
- Senhor, não podemos esperar mais. - Disse uma voz grave à Zac, que assentiu, se afastando do irmão.
- Tay, vai ficar tudo bem... - Prometeu, vendo a expressão de terror no rosto dele. Taylor tentou protestar, mas a injeção aplicada em sua veia o levou rapidamente à inconsciência.

*****



- Dez centímetros. - Informou o obstetra, se afastando de Caroline para buscar seus instrumentos. Isso deu à ela um momento para falar a sós com o mais velho dos irmãos Hanson; o único que estava por perto.
- Ike, eu estou com medo...- Murmurou, erguendo os olhos para ele. Voltavam a se encher de lágrimas. - Ainda não é a hora certa... eu não sei se consigo fazer isso, não sei como o Taylor está... nem sei se vou vê-lo novamente....
- Carol, você precisa se tranquilizar. - Isaac, que não tinha tanta intimidade com ela, não sabia exatamente como acalmá-la. Mas precisava tentar; mais de uma vida dependia disso. - Sei que passou por algo difícil esta noite, mas escute, eu prometo que vai ficar tudo bem... mas você precisa ficar calma, pela sua saúde e a do seu bebê... tenho certeza de que quando isso acabar, o Taylor estará acordado e esperando ansioso por vocês.
- Mas Ike... e se...
- Vai ficar tudo bem. - Ele apertou gentilmente o ombro da garota. - Eu estou prometendo... não pense mais nisso.

*****


- Ele disse que tem algo para nos contar... - Comentou Isaac.
- Você acha que é alguma coisa ruim?
- Acho que não... ele parecia animado.
- Acha que é algum show internacional?
- Zac, eu não sei...
Walker adentrou a garagem naquele momento, encerrando a discussão. Os três garotos olharam para o pai, cheios de expectativa.
- Vocês foram nomeados para três Grammy's! - Disse Walker de uma vez, sem conseguir esconder seu orgulho. - Incluindo artista revelação!
Taylor quase derrubou o teclado, na pressa em abraçar o pai.
- Eu não acredito! É sério??
- Sim, é sério!
- IUHU! - Zac se limitou a berrar, pulando para abraçá-los também. Isaac se aproximou, sorrindo de orelha a orelha.
- Isso é incrível... e nós pensávamos que MMMBop era uma música boba....




- Senhor, ele precisa de descanso...
- E eu preciso vê-lo... por favor...
- E verá. - Insistiu a enfermeira, tentando manter Isaac para fora do quarto. - Mas no momento ideal, ele acaba de passar por uma cirurgia muito desgastante e...
- Ike? - Ouviu-se a voz fraca de Taylor.
- Viu? Ele está me chamando, com licença. - Isaac venceu os últimos passos até a cama em que o irmão repousava. A enfermeira passou a observá-los da porta, contrariada.
- Tay, como você está?
- Confuso... parece uma ressaca... - Taylor sorriu de leve, tentando convencer o mais velho de que estava ao menos bem o suficiente para fazer gracinhas. - O houve comigo?
- Precisaram conter uma hemorragia no seu estômago... Taylor... você não sabe como nos deixou preocupados...
- Me desculpe... - Ele ficou em silêncio por um longo momento, provavelmente decidindo que pergunta fazer a seguir. - O que aconteceu com a Margareth e o namorado? A polícia os pegou?
Isaac suspirou baixo, seu rosto tipicamente calmo se retorcendo em uma expressão de repulsa e ódio por aqueles dois que trouxeram tanto risco à sua família.
- Ela se entregou... parece estar arrependida, e não sabia que ele ia atirar em você, mas é claro que ela vai pagar por tudo que fez... já ele, fugiu e ainda não foi encontrado, mas é apenas uma questão de tempo. Mas pelo que me informaram, esse Brian já tem uma ficha criminal bem longa, era procurado no Texas...
- Tudo bem... isso não importa mais...
- Não, não importa... Taylor, foi uma noite difícil para todos nós... estou apenas feliz que você esteja bem.
Jéssica apareceu na porta naquele momento, parecendo cansada, porém definitivamente satisfeita.
- Oi Taylor, que bom te ver acordado!
Ele a encarou, emudecido. A julgar pelo rosto da menina, ela não trazia nenhuma notícia terrível. Apegando-se a esse pensamento, encontrou forças para finalmente tocar no assunto que vinha perturbando sua mente desde que acordara.
- Jess... cadê a Carol?
A garota abriu um sorriso e trocou um olhar significativo com Isaac, antes de responder.
- Está vindo aí... Taylor... você não vai acreditar... - Disse ela emocionada.
Antes que ele pudesse responder, Caroline chegou ao quarto, novamente em uma cadeira de rodas. Foi direto até Taylor, que a observava com uma alegria imensurável.
- Carol... você está bem.. não acredito... - Disse, segurando as mãos dela. Só então notou que ela estava diferente; não estava mais grávida.
- Taylor, ele nasceu! - Disse ela, desmanchando-se em lágrimas de emoção. - Nosso filho nasceu, e é um menino! Ele é perfeito... e é igual a você... e... - Ela se calou, incapaz de conter o choro. Enterrou o rosto nas mãos dele, segurando-as forte, com medo de que fosse perdê-lo se as soltasse. - Tay... eu fiquei com tanto medo... estava tão preocupada... - Murmurou, entre os soluços entrecortados.
- Não chore... eu estou bem, nós dois estamos... - Embora ainda estivesse fraco, ele se ergueu para beijá-la no rosto, para desaprovação da enfermeira, que apenas assistia tudo. - Vamos esquecer o que passou... me fale sobre o bebê... um menino? - Os olhos de Taylor brilhavam.
Caroline enxugou as lágrimas, se afastando para observá-lo.
- Ele se parece muito com você, muito... felizmente não encontrei nenhum traço meu nele... - Disse ela, fungando. - E ele é tão pequeno... tão frágil, tão perfeito...
- Eu quero vê-lo...- Comentou Taylor baixinho. Isaac, que estivera em silêncio até então, tomou a palavra.
- Tay, ele está na incubadora... nasceu antes do esperado, o apressadinho. - Disse, com um sorriso. - Mas quando você melhorar poderá vê-lo.
- Tudo bem... - Taylor recostou-se novamente no travesseiro, fechando os olhos. A enfermeira viu a deixa para se manifestar.
- Pessoal, vamos sair daqui agora... ele precisa de repouso.
Isaac e Jéssica se afastaram sem maiores problemas, mas Caroline não se moveu. As mãos de Taylor estavam fechadas com força ao redor de seu pulso.
- Fique... - Pediu ele. Ela olhou para a enfermeira, em um mudo pedido.
- Só cinco minutos... - Disse a mulher, saindo do quarto para dar-lhes alguma privacidade.
- Carol... como você conseguiu? - Perguntou Taylor, assim que ficaram a sós.
- O que?
- O parto... eu vim temendo esse momento nos últimos meses... mas você parece estar ótima.
- E eu estou... Tay, eu sei que havia muitos riscos de algo dar errado, mas eu não podia me dar ao luxo... não sabendo que você estava nesse estado.
Ele sorriu.
- Isso não faz sentido...
- Eu sei... - Ela deu de ombros. Taylor a encarou por um longo momento.
- Acho que a ciência não importa muito, no fim das contas, não é? Tudo que os médicos dizem e tentam prever... não têm o menor significado quando se ama alguém. - Disse ele, acariciando a mão dela com o polegar. - Não sabe como sou feliz por ter encontrado você.





- Taylor, você está pronto? É hoje! - Disse Isaac animado, entrando no quarto reservado ao irmão. - Taylor? Cadê você?
- Estou aqui... - Ouviu a voz fraca do mais novo vinda do banheiro. Isaac se aproximou, apreensivo, e o encontrou debruçado sobre a pia, vomitando. Embora estivesse usando roupas formais, elas estavam amassadas e sujas.
- Tay! Você está bem? - Isaac correu para ampará-lo, só então sentindo o cheiro forte que emanava dele. - Você andou bebendo??
- Eu quero ir embora... - Grunhiu Taylor, confuso, jogando todo seu peso sobre o irmão.
- Taylor, que patético! Vá tomar um café e trate de se recompor, você precisa estar no altar em uma hora...
- Mas eu não quero me casar...
- Nós já tivemos essa conversa. - Disse Isaac, o repreendendo.
- Mas Ike... eu não a amo...



- Por favor, eu não a amo...
- O que?
- Por favor... por favor Ike, não me faça casar com ela...
- Tarde demais maninho. - Uma risada tomou conta do quarto. - Não deixe ela escutar isso, hein? E eu sou o Zac, não o Ike.
- Zac? - Taylor abriu os olhos, dando de cara com o irmão mais novo.
- Oi, seu pirado. - Zac sorria, aparentemente se divertindo. - Querendo escapar do casamento? Acho que não dá mais...
- Não era isso... - Voltou a fechar os olhos; a luz forte do quarto o incomodava, bem como a enorme quantidade de vozes à sua volta. - Acho que eu estava apenas sonhando...
- Ah. - Fez Zac. - Quer que eu saia?
- Não... pode ficar, mas peça para falarem um pouco mais baixo... - Pediu Taylor em um sussurro, virando o rosto em busca de uma posição que o expusesse menos à luz.
- Quem, Tay?
- Eu não sei, esse pessoal que está falando aqui no quarto. Estou ficando com dor de cabeça...
- Taylor, ninguém está falando. - Seu sorriso desaparecera. - Só estamos eu e você aqui.
Taylor abriu os olhos, a fim de verificar o que ouvia. Correu os olhos pelo quarto; de fato, não havia mais ninguém ali.
- Pensando melhor, Zac... acho que estou um pouco cansado, você se importa em voltar mais tarde?
- É claro que não. - Ele sorriu, compreensivo. - Durma um pouco... eu volto depois com a Carol.

"Isso não é uma lembrança." Foi a primeira coisa que Taylor pensou, ao se ver encurralado no centro de uma igreja, cercado de pessoas vestindo preto. "Nunca estive aqui antes." Se aquilo era um sonho, era aterrorizante. Os bancos da pequena igreja de pedra estavam lotados, e ele não conseguia se locomover entre tanta gente. Sentiu-se sufocado e angustiado ao ver crianças e senhores chorando, mas ninguém lhe prestava a menor atenção. Todos olhavam para o caixão coberto de flores.
"Um funeral", pensou Taylor. Bem... se ele estava ali, provavelmente conhecia o morto.
Foi se embrenhando por entre as pessoas, curioso para ver quem estava no caixão, e talvez pudesse também prestar suas últimas homenagens ao falecido. Enquanto lutava para se aproximar do centro da igreja, vislumbrou um rosto conhecido. Finalmente.
"Zac! Ei, Zac! Aqui!" Gritou para o irmão, que caminhava cabisbaixo há poucos metros dali. Zac não respondeu... talvez não houvesse escutado.
Continuando seu caminho pela igreja, topou com seus pais e sua irmã mais nova, Zöe, mas tampouco eles lhe deram atenção. Taylor começava a suspeitar que era um mero figurante em seu próprio sonho.
Agora que tivera a chance de dar uma boa olhada ao redor, reconhecera várias pessoas, mas ninguém sequer demonstrara tê-lo visto. Cansado de perder seu tempo com os vivos, Taylor encaminhou-se para o caixão; e sentiu seu coração saltar ao contemplar o rosto que jazia ali. Caroline.
Seus olhos se arregalaram para o corpo imóvel. Ela não podia estar morta, não podia. Ele prometera que não a deixaria morrer; que encontraria uma solução. Algo estava errado.
Se afastou, desesperado. Não queria continuar olhando para ela, não podia aceitar que aquilo fosse verdade. Deveria ir embora dali o mais depressa possível, e talvez pudesse acordar daquele pesadelo.
Em seu caminho para a saída, deparou-se com um obstáculo. Um homem bloqueava a porta, impedindo as pessoas de deixarem a igreja. Se aproximando mais alguns passos, Taylor o reconheceu também; era ele mesmo, exatamente igual... exceto no fato de parecer mais velho e mais infeliz.
Ao contrário de todas as outras pessoas ali dentro, o homem igual à Taylor parecia enxergá-lo, pois ao vê-lo, se aproximou com raiva. Só então Taylor notou que ele segurava no colo um bebê, coberto por um manto negro.
- Você! - Acusou o homem, cheio de raiva. - Você a deixou morrer.
Taylor se afastou, assustado.
- Eu não...
- Você prometeu que ia salvá-la... - A raiva deu lugar à tristeza. - Ela morreu porque você foi egoísta demais, e só pensou em você quando ela é quem precisava ser salva... isso não é amor. O homem caiu de joelhos, abraçando o bebê contra o peito, seu corpo sendo sacudido por soluços silenciosos.



Taylor, acorda, por favor!
Zac se afastara em sua cadeira de rodas e estava diante da porta, gritando para o corredor.
- Ei, pode vir aqui um instante? - O mais novo conversava com alguém no corredor. - Meu irmão está delirando!
Uma enfermeira apareceu prontamente, aproximando-se de Taylor.
- O que houve?
- Ele está resmungando que nem um louco possuído, e estava ouvindo vozes mais cedo. - Explicou Zac, ligeiramente assustado.
- Não se preocupe... acontece com alguns pacientes, é por causa das medicações. - A mulher tratou de tranquilizá-lo. - Vou diminuir a dose e venho checá-lo mais tarde.
Taylor, que acordara com os gritos de Zac, estava anormalmente quieto. Demorou-se um tempo olhando para a parede, até seu irmão decidir quebrar o silêncio.
- Tay, que foi?
- Ah... eu estava pensando... posso te fazer uma pergunta?
- Claro.
- Hum... é sobre os dias em que você ficou em coma...
Ele parecia escolher as palavras com cuidado; não queria aborrecer o irmão à toa. Zac aguardava pacientemente.
- Pode perguntar...
- Bom... Carol me disse que você ouviu a voz da vovó... é verdade?
- Ela te contou? Isso era segredo...
- Mas é verdade?
Zac o encarou, e percebeu, com um suspiro, a preocupação estampada em seus olhos.
- É verdade sim, mas Tay... eu estava em coma... estava quase morto. E além disso, eu poderia estar sonhando... você não precisa se preocupar com essas coisas, ok?
- Não estou preocupado... só estava curioso.
Os dois se encararam por um momento.
- E sonhos, você teve algum?
- Sonhos? - Zac enrugou a testa.
- É... sonhos estranhos... bizarros... se lembra?
- Eu acho que não... não me lembro... por que, você teve?
- Não. - Taylor sorriu de lado. - Só estou tendo alguns sonhos com nossa infância.




Show em Columbia. O primeiro da nova turnê; todos estavam animados. Taylor talvez fosse o mais empolgado, afinal, o último álbum era um dos maiores orgulhos de sua carreira. Como esperado, a casa estava cheia, e os fãs, animadíssimos. Logo nos primeiros minutos, Taylor vislumbrou um rosto familiar na plateia... embora não conseguisse lembrar de onde o conhecia.

O show chegava ao fim, e as fãs, ao ouvirem os acordes de uma das músicas mais animadas da banda, foram à loucura. Taylor olhou para Isaac, que respondeu com um discreto aceno afirmativo. Palavras não eram necessárias para que se entendessem.
Ele se aproximou da plateia e agachou-se no chão, chamando para o palco a garota que observara durante toda a noite. Talvez, se ela estivesse mais próxima, ele poderia lembrar de onde a conhecia.
Ela pareceu hesitar, mas por fim o acompanhou.
- Qual é o seu nome? - Perguntou Taylor em seu ouvido.
- Caroline. - A voz dela tremia, e ele podia entender o motivo. Entretanto, o nome não o ajudou em nada; continuava sem saber porque ela lhe parecia tão familiar. Mas como era bom estar ao lado dela... sentia-se diferente... completo.



Era a madrugada do terceiro domingo de Taylor no hospital e ele abriu os olhos, despertado pela balbúrdia em seu quarto. Sem conseguir enxergar direito na escuridão, não reconheceu a quem pertenciam os vários vultos que o rodeavam, mas as vozes eram claras. Mais claras do que antes. Taylor tremeu ao reconhecê-las e ao compreender o que diziam. Sabia que passaria por mais uma cirurgia naquela mesma tarde, mas à partir daquele momento, não conseguiu dormir. Já sabia o que o esperava.
Pela manhã, Caroline apareceu no quarto para visitá-lo. Taylor estava mais silencioso que de costume.
- Você está nervoso?
- O que?
- Está nervoso por causa da cirurgia? Estou te achando um pouco quieto demais... - Comentou a menina, acariciando de leve a mão de Taylor.
- É... um pouco.
- Não se preocupe, vai dar tudo certo. - Ela sorriu. - Essa é mais simples... é para a retirada da bala... mas acho que já passamos pelo pior...
- Eu também acho. - Taylor fechou os olhos, determinado a não pensar em nada, exceto no calor das mãos dela entre as suas.
Mas, conforme a manhã transcorria, esconder seu desespero foi se tornando mais difícil. Minutos antes do horário previsto para o início da operação, chamou Caroline de volta ao quarto.
- Você está bem? - Perguntou ela preocupada, ao perceber que ele suava frio.
- Estou bem... - Ele balançou a cabeça, tentando tranquilizá-la. Não havia tempo para aquilo. - Só queria dizer algo. Se alguma coisa acontecer comigo...
- Taylor, não. - Protestou ela imediatamente.
- Por favor, me deixe dizer...
- Tay... eu não quero ouvir isso. - Disse ela, sentindo seus olhos marejarem. - Já é ruim o suficiente precisar ver o homem que amo passar por esse tipo de situação, mas cogitar a possibilidade de te perder para sempre é insuportável. Desculpe.
- É exatamente o quero falar. - Taylor sorriu, acariciando de leve o rosto dela. - Se acontecer... e não estou dizendo que vai. - Acrescentou, ao notar que ela ia interrompê-lo. - Mas se acontecer... quero que saiba que não é para sempre. Eu te amo, e já disse para você um dia, não é? Uma bobagem como a morte não vai nos separar nunca.
- Pare com isso, por favor...
- Tudo bem. Era só o que eu queria falar.
Caroline o encarou. Agora que havia confessado aquelas palavras, ele parecia perfeitamente calmo.
- Tay, você não precisa fazer essa cirurgia, se não quiser. - Disse ela, preocupada com o modo estranho como ele a olhava. - Quer dizer, eventualmente deverá fazer, mas talvez você ainda precise se recuperar melhor...
- Não, eu estou bem... é melhor você ir, ou daqui a pouco aquela enfermeira vem te expulsar a pontapés.
- É, tem razão.- Caroline o beijou nos lábios demoradamente antes de se afastar.
- Eu te amo. - Lembrou ele, quando a garota chegou à porta.
Ela soprou um beijo para ele. Taylor sorriu e o pegou no ar, pressionando-o em seguida contra o próprio peito.


" I know I'd lay my life down for you, I'll never let, not ever let go. "



Epílogo - With You In Your Dreams









Era uma sensação única. Estar deitada sobre a relva florida, à sombra daquela enorme árvore, sentindo apenas a brisa acariciando-lhe o rosto. Ao seu lado, ele repousava com a mesma serenidade, as pálpebras cerradas, embora ela tivesse certeza de que ele não estava dormindo.
- Tay? - Ela chamou baixinho. Ele apenas esticou o braço e alcançou sua mão, indicando que estava acordado e ouviria o que quer que ela falasse.
- Tay... - Recomeçou a garota, escolhendo as palavras com cuidado, enquanto brincava com as pétalas de uma florzinha. - Você sabia que o bebê falou sua primeira palavra ontem?
- Não. - Respondeu ele, sorrindo de leve. - Qual foi a palavra?
- Baqueta. - Disse Caroline. Taylor finalmente abriu os olhos, e a encarou com um ar de riso.
- Eu preferia que ele não se tornasse um baterista... são sempre os mais esquisitos.
Ela sorriu, aconchegando-se à ele. Ele passou um braço por trás das costas da garota, puxando-a para mais perto.
- Taylor... por que você não volta? Eu estou com tantas saudades...
- Eu não posso, Carol... - A voz dele parecia repentinamente séria. - Você sabe disso.
- Mas eu quero ficar com você. - Balbuciou ela. Minha vida não faz muito sentido agora. Quero te ver.
- Nós nos encontraremos novamente. - Disse Taylor, beijando os cabelos dela. - Mas na hora certa..
- E se... - Ela se calou, envergonhada pelo que cogitara perguntar. Percebendo sua hesitação, ele a pressionou.
- E se...?
Caroline suspirou fundo, corando de leve.
- E se você me esquecer?
Taylor se afastou, apoiando-se sobre os cotovelos para observá-la. Ela apenas aguardou, tentando manter-se tranquila.
- Isso não vai acontecer.
- Por que não? E se demorar muito tempo?
- Nada poderia me fazer te esquecer Carol, não precisa nem pensar nisso. - Ele riu, despreocupado, voltando a abraçá-la e estalando um beijo em sua bochecha. Ela estava feliz por estar junto dele novamente, mas ainda não se sentia totalmente convencida.
- Não sei como você pode ter certeza. - Resmungou baixinho.
- Eu tenho. You're my dream girl, you'll always be that way. - Ele sussurrou em seu ouvido provocando-lhe um arrepio. O sentimento de plenitude que a invadira não durou muito, pois Taylor se afastou de repente.
- Carol... eu preciso ir. - Murmurou ele, olhando para o céu. Grossos pingos de chuva começavam a cair. Deu um último beijo nas mãos da garota e se levantou.
- Espera! - Surpresa, ela se levantou também, mas ele já corria para longe, acenando. - Taylor, espera! Não me deixe aqui, olha como meu mundo fica sem você! - Gritou ela, erguendo as mãos, frustrada. - Chuva! Chuva e cinza o tempo inteiro!
- Não se preocupe Carol, o Sol voltará amanhã. - Berrou ele em resposta, deixando-a sem reação, parada no mesmo lugar.
- Taylor, volte! Taylor! - Pediu ela, mas ele já estava tão longe que provavelmente nem podia escutá-la.
Taylor! Por favor!







- Taylor! - O nome escapou de sua boca enquanto ela levantava bruscamente. Estivera sonhando. O quarto estava em total penumbra e ela estava sozinha, mas ainda podia ouvir a melodia de Dream Girl. Olhou à sua volta; ao lado da cama, o rádio relógio continuava a tocar incessantemente a música, a voz de Taylor reboando em seus ouvidos como um suspiro.
Se esticou para desligá-lo, e o quarto caiu no silêncio. Era um silêncio estranho... pesado. Imediatamente, sentiu falta da voz dele, mas não teve muito tempo para pensar no assunto, pois passos apressados do lado de fora do quarto se aproximavam.
- Carol? Você está bem? - Márcia apareceu na porta, o rosto expressando preocupação.
- Estou... por que?
- Você estava gritando.
As duas se encararam. Caroline não precisou perguntar o que havia gritado, e sua mãe também parecia constrangida demais para falar, de qualquer forma. A garota olhou à volta, envergonhada, e foi quando percebeu o lençol remexido ao seu lado; indicando claramente que alguém passara a noite ali.
- Ele acabou de sair. - Disse Márcia, ao notar o olhar da menina para o lençol. - Disse que tinha que passar em uma rádio, e encontra vocês na praia.
- Ah. - Resmungou ela, parecendo indiferente. - Cadê o Taylor?
- Lá embaixo. - Márcia mantinha o olhar de preocupação. - Caroline, ele está muito feliz e ansioso, não o deixe perceber que você está...
- Eu estou ótima. - Ela se levantou, desejando esquecer aquele assunto, ao menos por ora. - Mãe, espere com ele, vou me trocar em um minuto e já vamos....
Entretanto, a garota levou muito mais de um minuto sozinha no quarto. Ficou quase meia hora sentada na cama, apenas tentando decidir se realmente era uma boa ideia voltar para aquele lugar. Mas afinal, precisava ir. Eram seus melhores amigos, e Taylor estava animado com a perspectiva de passar o dia na praia. Não podia desapontá-lo.
Quando desceu ao térreo, já vestida e levando apenas uma mochila com roupas, um garotinho correu em sua direção. A abraçou violentamente, quase derrubando-a.
- Mamããããããeee, você está pronta?
- Estou. - Caroline olhou para Márcia, que segurava o riso.
- Então vamos logo ! - Berrou o menino. - Não vejo a hora de me enterrar na areia e aprender a surfar, e o tio Zac disse que vai me ensinar a caçar tubarões, nós vamos nadar até o meio do oceano e...
- Taylor, dá um tempo.
- Venha dar um abraço na vovó. - Pediu Márcia, abrindo os braços.
O garoto correu para pular no colo dela. Caroline jogou a mochila sobre os ombros e passou a observá-los com um sorriso.
- Nós iremos daqui a algumas horas. - Disse Márcia, encarando a filha. - Seu pai ainda precisa fazer a mala, sabe como ele é enrolado com essas coisas...
- Tudo bem. - Com um aceno, Caroline pegou na mão do garotinho e ambos saíram caminhando para fora do prédio, ele, sem conseguir conter seu entusiasmo.
- É verdade que tem sereias lá?
- Quem disse isso? - Perguntou ela, espantada.
- Tio Zac!
- Hum... não sei porque não estou surpresa...
Pararam diante de um carro estacionado na rua. Depois de certa insistência por parte de Caroline, Taylor concordou em entrar no banco de trás.
- Ligue o rádio? - Pediu ele, no momento em que ela deu partida no carro. Caroline fez o que ele pedia.
" E é realmente verdade o que estão dizendo nos jornais. " - Disse a voz animada do locutor. - " Brian Williams foi preso na noite passada, depois de ter sido reconhecido em uma loja de conveniência no México. Ele é procurado há anos e está sendo acusado de tráfico de drogas e homícidio de mais de..."
- Por que desligou? - Reclamou o garoto, olhando para a mãe, quando o locutor foi rudemente interrompido por Caroline, que girava o botão do rádio. Ela estava branca como papel.
- Estou com dor de cabeça. - Se desculpou. Seguiram em silêncio pelas ruas do Rio, pouco movimentadas naquela hora da manhã. Por fim, estacionaram diante de uma loja de roupas.
- Espera no carro, ok? É só um minuto. - Disse ela ao garoto. Taylor sorriu, concordando, e passou para o banco da frente assim que a a mãe se afastou. Voltou a ligar o rádio, e uma onda de empolgação percorreu o seu corpo ao ouvir ali uma voz muito conhecida...
"Essa foi a mais pedida da semana e primeiro single do álbum de estreia de Zac Hanson and the Wild Robots. - Disse o locutor, momentos depois. " - E Zac, frontman da banda, e conhecido por alguns como o baterista do extinto grupo Hanson está aqui conosco hoje, para uma rápida entrevista enquanto se prepara para a turnê sul-americana. É a primeira vez que ele volta ao Brasil em dez anos, não é verdade, Zac?'
" Sim, é verdade. Eu gostaria de ter vindo antes, mas o meu tratamento requer que eu faça exames com frequencia, e isso nos impede de viajar para muito longe... é um milagre que ainda não tenham me expulsado da banda."

Uma tradução simultânea para o português tornava a voz de Zac quase inaudível, mas ainda assim a sua felicidade por estar novamente no Brasil era facilmente percebida.
"O primeiro álbum da Wild Robots saiu há apenas algumas semanas e o single de mesmo nome já alcançou a primeira posição em diversas rádios ao redor do mundo... - Disse o locutor, esclarecendo as informações para os ouvintes. - Conte um pouco sobre o preparo do álbum, pois com essa repercussão pelo mundo todo, as pessoas se perguntam de onde veio tanta inspiração...
- Na verdade algumas composições são bem antigas, e foram melhoradas com o passar dos anos. - Explicou Zac. - A própria música Wild Robots por exemplo, suas primeiras notas foram compostas há mais de dez anos... me lembro de estar no estúdio com meus irmãos e duas amigas, e Taylor comentar sobre..."


- Taylor! - Caroline andava em direção ao carro, um longo vestido coberto por plástico balançando em suas mãos. - Era para deixar o rádio desligado.
- Mas está passando a entrevista do tio Zac!
Ela ia protestar, mas seu celular tocou naquele momento. Caroline deixou o vestido sobre o carro e se afastou alguns passos, remexendo sua enorme bolsa em busca do aparelho.

"... e Isaac, meu irmão mais velho, saiu desse meio há anos, agora ele ensina guitarra para as crianças em Tulsa. Ele está ficando idoso, acho que prefere uma vida mais tranquila." - Dizia Zac, fazendo graça.
"E quanto aos boatos sobre Isaac estar namorando uma brasileira? Preciso dizer, isso não é sinônimo de tranquilidade... aliás... acredito que você saiba que os irmãos Hanson sempre tiveram uma fama enorme entre as brasileiras, a palavra que corre nas ruas é que vocês não resistem a essa nossa beleza tropical, em particular...
- Bem... - Zac ficou constrangido.
- E dizem também que você irá se casar em breve. - Continuou o locutor, salvando-o de dar uma explicação mais concreta. - A informação confirma?
- Não sou eu. - Ele riu. - Na verdade, nem estou pensando nisso agora, meu filho mais velho acaba de entrar na adolescência e estou mais preocupado com ele, se é que me entende....
- Quer dizer que você também não namora?
- Ah...

Taylor viu sua mãe se aproximando novamente do carro e desligou o rádio rapidamente. Voltou para o banco de trás e ajudou-a a trazer o vestido para dentro, uma vez que Caroline parecia muito distraída com sua conversa no telefone.
- Jess... eu já disse que vai ficar tudo bem. - Dizia ela, cansada. - Escute, eu acabei de pegar minha roupa, estamos indo agora mesmo... vamos pegar o barco pois Taylor está com medo de ir pela trilha, mas prometo que não vai levar mais de quarenta minutos.
O garoto, que ouvia apenas um lado da conversa, endireitou-se no banco ao escutar a menção do seu nome.
- É, eu sei. - Caroline riu no telefone, olhando carinhosamente para o filho. - Não se preocupe, está bem? Acho que Zac também está a caminho, ele deve estar preso na rádio... nos falamos daqui a pouco.
- O que vocês falaram de mim? - Perguntou o menino, no momento em que ela desligou o celular.
- Nada, querido...
- Mas eu ouvi...
- Jéssica só estava dizendo que lembrou do seu pai, ele também tinha medo de andar pela trilha.
- Eu não tenho medo! - Exclamou o menino, cruzando os braços, mas internamente satisfeito... então seu pai também era assim...

Dirigiram durante um tempo pelas serras que circundavam a cidade do Rio de Janeiro, e pararam em uma vila, onde Caroline deixou o carro. De lá, pegaram um pequeno barco motorizado, que seguiu tranquilamente pelo mar até uma praia deserta, há poucos minutos de distância.
Taylor foi o primeiro a sair do barco, deslumbrado com a beleza do lugar. Caroline não foi tão rápida; contemplava a praia cercada por rochas, sentindo as lembranças retornarem. Talvez ficar ali seria mais difícil do que havia imaginado.
Depois de pagarem o barqueiro, caminharam até a enorme construção de madeira, o único elemento daquela paisagem construído por mãos humanas. Antes que pudessem entrar, um rosto apareceu na janela.
- Carol! Suba aqui!
Os dois olharam para cima. Jéssica acenava animadamente para eles.


*****


Ela se olhava no espelho, o rosto brilhando de ansiedade.
- Vocês não acham que eu engordei?
Caroline revirou os olhos, mas Taylor se apressou em responder.
- Você é a noiva mais bonita do mundo, tia Jess.
Ela olhou para o garoto, emocionada.
- Você também está lindo, Tay. E está mais parecido com seu pai a cada dia, sabia disso?
- Sério?
- É verdade. - Caroline se adiantou. - Veja, tenho uma foto que... espere aí... - Ela remexeu a carteira até encontrar uma velha imagem plastificada.
- Eu não acredito... você ainda tem isso... - Murmurou Jéssica, olhando fascinada para a foto.
- Ele era apenas alguns anos mais velho que você. - Disse Caroline, mostrando-a ao garoto.
Taylor demorou-se observando a foto.
- Esse aí era ele? - Perguntou descrente.
- Claro que sim.
- É que ele parecia um pouco com uma... hum...
- Uma...? - Jéssica segurava o riso. Taylor correu os olhos pela imagem mais uma vez, sorrindo de leve.
- Nada. Posso ficar com ela?
- Pode sim... mas cuide bem dela, eu tenho essa foto guardada desde que tinha sua idade.
As duas mulheres trocaram um sorriso de cumplicidade, ambas se lembrando de uma viagem de avião que acontecera há mais de uma década. Uma viagem que havia mudado suas vidas para sempre.
- Olha quem chegou! - Berrou Zac, abrindo a porta com violência. Todos no quarto se assustaram.
- Zac! Você não devia estar aqui! - Jéssica se alarmou.
- Por que não? É o Isaac que não deve te ver vestida de noiva, eu posso...
- Mas aqui é o espaço para mulheres, estamos fazendo alguns preparativos...
- O Taylor está aqui. - Comentou ele, dando de ombros.
- É, aqui não é só para mulheres. - Falou o garoto, voltando os olhos para o tio logo em seguida. - Mas eu cheguei primeiro tio Zac, e não há espaço o bastante para nós dois...
- Seu moleque. - Zac sorriu, bagunçando o cabelo do sobrinho. - Bom, de qualquer maneira, preciso ajudar lá embaixo... sua mãe já chegou Carol, está terminando de montar o bolo.
- Tudo bem. Nos vemos depois. - Os dois trocaram um longo e significativo olhar, que foi percebido por Jéssica. Quando Zac se afastou, mancando como de costume, ela correu para a amiga.
- Caroline... você precisa me contar...
- Shh... - Fez a garota com urgência, olhando para Taylor com o canto dos olhos. - Agora não.

A tarde transcorreu rapidamente, todos muito ocupados com os preparativos para que percebessem o tempo passando. Com o pôr do sol, os outros convidados começaram a chegar. Todos esperavam já na praia, tentando socializar com o grande número de familiares e amigos que haviam comparecido.
- E aí, como está indo? - Jéssica conseguiu uma brecha para conversar com a amiga. Caroline estivera de pé entre os convidados, segurando uma taça com uma bebida colorida e parecendo um pouco perdida.
- Que pergunta é essa Jess? Acho que é você quem está nervosa hoje. - A menina sorriu.
- Eu estou! Mas você sabe... eu não tinha certeza se seria uma boa ideia fazermos o casamento aqui, mas o Ike insistiu... disse que só tinha boas lembranças desse lugar.
- Eu também tenho apenas boas lembranças... mas são lembranças demais. - Caroline engasgou de leve em sua bebida, o que poderia estar omitindo um choro contido. - É difícil voltar aqui sem... sem ele...
- Eu sei... - Jéssica aproximou-se da amiga, abraçando-a com força. Ficaram assim por alguns momentos, até Caroline se afastar, envergonhada.
- Desculpe, esqueça isso... eu não quero estragar o seu dia.
- Carol, você é minha melhor amiga... quero apenas que fique bem.
- Eu vou ficar... só preciso de um tempinho para processar tudo que está acontecendo hoje, voltar aqui... e a prisão de Brian Williams...
- Ah, então você ouviu sobre isso. - Jéssica olhou atentamente para ela. - Eu estava evitando tocar nesse assunto...
Isaac se aproximou, interrompendo a conversa. Vinha acompanhado de um senhor de barba, que nenhuma das meninas jamais havia visto.
- Tio, essa é minha noiva Jéssica, e essa aqui é minha cunhada e nossa madrinha, Caroline.
- Ah, finalmente estou conhecendo vocês. - Disse o homem, apertando forte a mão das duas. - O Isaac aqui nunca teve coragem de me apresentar, ele acha que eu sou inconveniente, imaginem...
- Tio, eu não acho que o senhor...
- Você era a esposa do Taylor, não era? - Ele ajeitou o óculos, olhando Caroline de cima a baixo, o que a deixou bem constrangida. - Quero dizer... a segunda esposa. Preciso conhecer o seu filho, todos dizem que ele é a cópia perfeita do meu sobrinho, inclusive no nome, é? Uma sorte, nenhum dos filhos que ele teve com a Natalie se parece muito com ele... o que aliás... pensando bem, não é totalmente ruim, uma vez que ela é muito...
- É muito bom te conhecer! - Exclamou Jéssica, impedindo-o de terminar aquela frase.
- É muito bom conhecer você também querida, espero que você tenha mais sorte que a Nikki... eu gostava daquela garota, coitada... não sei o que há com esses meninos que eles sempre precisam provar o mel do Bra...
- Tio, vamos falar com os meninos, Everett está louco para vê-lo. - Disse Isaac rapidamente, empurrando o homem pela praia enquanto lançava um olhar de puro embaraço às duas.


Poucas horas depois, deu-se início à cerimônia. Tendo o enorme oceano como testemunha, Jéssica e Isaac trocaram os votos, diante de muitos amigos felizes, satisfeitos ao verem aqueles dois enfim selarem uma união que sempre parecera inevitável. Para Caroline, foi impossível não se lembrar de um momento muito parecido, há dez anos. A mesma história, o mesmo cenário... com outros protagonistas.

Não diga " até que a morte os separe". - Pediu Taylor, sem se preocupar em manter a voz baixa. - Somos almas gêmeas, e uma bobagem como a morte jamais irá nos separar.

Caroline olhou para ele, sem conseguir conter as lágrimas. Como era possível amar alguém tanto assim? Mesmo depois de tantos anos sonhando com aquele momento, ver Taylor naquele terno escuro, prometendo a ela o felizes para sempre que tanto desejara era simplesmente melhor do que qualquer coisa que pudesse imaginar.


Ela piscou os olhos. Não era Taylor no terno, era Isaac. E aquele felizes para sempre não seria o seu.

Não podia aguentar mais aquilo - era uma tortura. Tentou se afastar discretamente entre os convidados, mas, sendo a madrinha da noiva, sua ausência foi rapidamente percebida. Isaac fez menção de chamá-la de volta, mas Jéssica o impediu com um leve aperto em sua mão. Entendia perfeitamente os motivos da amiga para sair daquela forma, no meio da cerimônia.

Caroline caminhou sozinha em direção às rochas da praia, indo para longe da aglomeração de pessoas. Por que havia voltado ali? Era de se esperar que depois de todos aqueles anos, as feridas houvessem se curado. Mas não. Nunca nada iria curar a falta que ele fazia.
Deitou sobre a areia, sem se preocupar em estar sujando o vestido. Sem se importar com o casamento acontecendo há poucos metros dali, sem ligar para o que os convidados pudessem achar daquela sua atitude. Talvez, se fechasse os olhos e ficasse ali, apenas ouvindo o barulho do mar, poderia sentí-lo por perto... só mais uma vez, só uma....

- Carol? O que você está fazendo aqui? - Disse a voz ao seu lado.
- Tay...? - Ela não ousou abrir os olhos. Temia que, ao fazê-lo, descobrisse estar sozinha. Temia que a voz dele fosse apenas fruto de sua imaginação.
- Tay... você está aqui?
- É claro que estou, onde mais estaria? - Ele riu. Caroline sentiu um calor único ao redor de seu corpo. Ele a estava abraçando.
- Agora me responda, por que está aqui, Carol?
- Não quero ficar lá. Fico lembrando de você...
- Não quer se lembrar mais de mim? - Perguntou ele, parecendo chateado. Caroline sentiu-se imediatamente na obrigação de corrigir.
- Não é isso, Taylor... é que você não está mais aqui comigo... e eu sinto tanto a sua falta... - Disse ela, a voz embargada.
- Claro que eu estou com você.- Ele se aproximou mais, intensificando o abraço. Ela podia até mesmo ouvir sua respiração. - Estou com você a cada batida do seu coração... lembra? Sou parte de você.
- Não... - Caroline balançou a cabeça, franzindo a testa. Já não sabia mais se aquilo era real ou se estava sonhando. - Não é isso que quero dizer. Você deveria estar vivo... deveria estar aqui para ver nosso filho crescer... para envelhecer comigo... para um dia conhecer nossos netos. - Sem perceber, lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. Guardara aquelas palavras por muito tempo. - Mas você me deixou tão cedo, por que, Taylor? Nem tivemos a chance de viver a vida que havíamos planejado...
- Carol, não chore. Meu coração sempre será seu, literalmente ou não. Nesta vida ou em qualquer outra. Sei que agora parece ruim... mas o Sol voltará amanhã. Eu prometo.
- Você fica dizendo isso...
- Porque é verdade, acredite em mim. - Ele sorriu, limpando as lágrimas do rosto da garota.
- Promete mesmo? - Perguntou ela, mas não obteve resposta. - Taylor?


- Caroline? - Disse uma voz diferente. Ela abriu os olhos, assustada. Zac se aproximava, em seu típico passo lento, observando-a cheio de curiosidade. Caroline se levantou, limpando a areia do vestido. Sentia-se esquisita... embora estivesse ventando muito e fizesse frio à beira do mar, seu corpo estava estranhamente quente.
- Jéssica me mandou procurá-la. - Disse ele, parando diante da menina, as duas mãos no bolso do terno. - Ela está preocupada.
- Estou estragando a festa? - Perguntou a garota, sem conseguir esconder a pontada de amargura em sua voz.
- Não. - Zac continuava a observá-la intensamente. Parecia estar analisando-a. - Você está bem?
- Estou... acho que acabei cochilando aqui. - Ela respondeu, evitando o olhar dele. Zac se aproximou, tirando seu paletó para oferecê-lo a Caroline, mas ela se afastou.
- Não precisa.
Ele suspirou de leve, parecendo entender o que acontecera.
- Carol, eu sei que voltar nessa praia está sendo muito difícil para você... e olhe, a respeito do que aconteceu ontem a noite...
- Foi um erro. - Ela o interrompeu. Zac se calou, passando a encará-la. - Me desculpe, eu achei que conseguiria... mas acabei sonhando com...
- Diga. - Pediu ele, ao notar que ela deixara a frase no ar.
- Zac, você não precisa ficar ouvindo essas coisas. Está longe de ser sua obrigação. - Disse Caroline, voltando a caminhar em direção a festa. Ele a seguiu.
- Carol, eu sei que você sonhou com o Taylor. Ouvi você chamando por ele várias vezes durante a noite. - Ela baixou o rosto ao ouvir aquilo, mas não soube o que responder, portanto apenas continuou andando. - Não é motivo para ficar constrangida, eu entendo. Carol, fale comigo. - Pediu ele, segurando sua mão e forçando-a a parar. - Entenda, eu não quero te pressionar a nada... mas sei que ele gostaria que você fosse feliz. E sei que embora você ainda o ame, também tem sentimentos por mim. Por que não se dá uma chance de voltar a ser feliz?
Ela parou, pensando no que ele dizia. Era verdade. Os anos haviam construído uma amizade tão forte e intensa entre eles, que parecia natural o fato de isso ter se tornado algo mais. O que a impedia?
- Carol, fale alguma coisa... me dê uma resposta. Qualquer uma, eu ainda serei seu amigo, independente do que você decidir. Sei que você só pertence ao Taylor e ele a você, e vocês ficarão juntos novamente um dia, não é?
- Eu não sei. - Disse Caroline, sorrindo de leve ao pensar nessa hipótese.
Zac retribuiu o sorriso, puxando-a para mais perto de si.
- Eu não quero tirar isso de você.... não quero substituí-lo. E jamais me atreveria a tentar, não tendo visto o que eu vi, quando ele estava vivo. O quanto ele te amou. Ele entregou o coração a você de todas as maneiras possíveis, e não posso nem quero competir com isso.
- Caroline assentiu, pousando as mãos sobre o próprio peito, onde seu coração pulsava acelerado. Um coração que há dez anos era perfeitamente saudável.
- Carol... Eu quero apenas tentar te fazer feliz, é tão ruim assim?
- Não, Zac. - Ela o abraçou, feliz por tê-lo ao seu lado. Afinal, se ela mantivera sua sanidade desde que perdera Taylor, devia isso à Zac. - Me desculpe por ser tão complicada...
- Você tem esse direito. - Falou Zac, beijando os cabelos da garota. Os dois se separaram ao ouvirem passos se aproximando, chapinhando na areia molhada.
- Lá vem a senhora Isaac Hanson...
- Será que dá para as duas mocinhas voltarem para a festa? - Pediu Jéssica, que vinha correndo, o longo vestido branco balançando às suas costas com o vento. - Não está a mesma coisa sem vocês!
- Tenho certeza que não. - Disse Zac, sorrindo para ela. - Vou voltar mesmo, as crianças devem estar me esperando... prometi a elas que as ensinaria a pescar sereias... - Ele deu uma piscadela para Caroline, antes de rumar de volta para a festa, deixando as duas garotas para trás. Jéssica passou um braço por trás dos ombros da amiga, enquanto caminhavam lentamente na mesma direção.
- E aí, o que ele queria? - Perguntou ela, como sempre, uma boa observadora.
- Ver se poderíamos tentar... ah... - Caroline corou.
- Eu sabia! - Disse Jéssica, dando um tapinha no braço da garota. - Você dormiu com ele! Estava na cara! Por que não me contou?
- Eu não sei, é meio esquisito...
- E vocês vão tentar? - Perguntou, curiosa. - Ficar juntos?
- Talvez... - Caroline deu de ombros, mas não conseguiu esconder um sorriso. - Quer dizer... nós conversamos... gostaria de ver no que isso vai dar...
- Você é uma safada mesmo. - Jéssica riu. - E eu pensando que você estava toda esquisita e emotiva por causa do Taylor...
Caroline balançou a cabeça.
- Posso ter uma vida inteira aqui com outra pessoa, mas voltarei correndo para ele assim que encontrá-lo.
Jéssica demorou alguns segundos para entender o que a amiga havia falado.
- Assim que encontrá-lo? - Perguntou, confusa.
- É... você sabe... um dia...


A noite parecia interminável, mas finalmente acabara. Todos estavam dormindo quando Caroline desceu mais uma vez até a praia, agora deserta.
"I've tried so hard to find you, but you were never there..."
Não estava sendo fácil dormir. Não com aquela música reboando em seus ouvidos. A garota havia saído da casa, determinada a descobrir de onde ela vinha; sem saber que a canção estava somente tocando em sua cabeça.
Parou diante do oceano, encarando o horizonte. Era uma paisagem convidativa. Sem se preocupar com o fato de a água estar fria ou de não haver mais luz alguma na praia, ela entrou no mar. Era uma sensação de paz indescritível; ficar ali, perdida naquela imensidão, completamente à mercê da natureza.
Alguém apareceu na janela da casa de madeira, e notou Caroline, boiando no mar. Gritou para que ela entrasse, mas a garota tinha água até os ouvidos, e não escutou - ou não quis escutar. Deixou-se levar pelas águas, até estar tão distante da praia que ninguém mais conseguia vê-la.
" You're always with me, in a kingdom far away..."
Flutuou no mar... talvez por alguns minutos, talvez por muitos anos, ela não saberia dizer. Era como um sonho, e o tempo não é muito importante quando se está sonhando. Era um sonho extremamente bom; a água do mar já não estava gelada, era quente e mais aconchegante que um banho de sol.
Por fim, as ondas a levaram de volta para a praia. Estava exatamente como havia deixado; a casa de madeira, silenciosa. A praia, completamente deserta, exceto por uma silhueta recortada contra o dia que nascia.
"You're my dream girl, you'll always be that way."
A música estava próxima, e era definitivamente real; não era mais sua imaginação. Caroline o reconheceu de longe. O modo como seus cabelos brilhavam com os primeiros raios de sol era único, tal qual o sorriso em seu rosto ao vê-la. Ela se levantou e correu pela areia ao seu encontro, sabendo que dessa vez ele não desapareceria.
- Taylor! Você está aqui! - Gritou, abraçando-o. Sentiu seu perfume adocicado, e os braços que se fechavam ao seu redor. Nunca um sonho havia sido tão vívido. Enterrou a cabeça no peito dele, decidida a ficar ali para sempre.
- Eu não acredito que você está aqui. - Ela suspirou.


Sua alegria durou apenas alguns momentos. Alguém a chacoalhou violentamente e ela se levantou, praticamente cuspindo areia.
- Carol, o que pensa que está fazendo? - Jéssica a olhava, sem acreditar no que via. - Você dormiu aqui na areia? Por que? Meu Deus, entre antes que o Taylor veja isso...
- O Taylor...? - Perguntou Caroline confusa, detectando apenas aquela palavra em particular.
- É, Caroline, acorde. O que seu filho vai pensar se ver você acordando toda descabelada e suja no meio da praia, embaixo da chuva? - Só agora Caroline percebia que a amiga se mantinha protegida por uma sombrinha. Ela, por sua vez, parecia ter dormido em uma piscina.
- Desculpe... - Disse, se abrigando sob a sombrinha de Jéssica. - Desci ontem para ver o oceano... para ser sincera, não achei que fosse acordar.
- Carol, você está bem? - Indagou Jéssica, preocupada, enquanto caminhavam juntas em direção à casa.
Caroline piscou, observando a paisagem ao seu redor. "O Sol voltará amanhã", dissera ele, mas por enquanto, aquela seria sua realidade. A vida se estendia à sua frente, tão inconstante e imprevisível quanto a chuva que caía, e quem sabe um dia ela deixasse de ser essa tempestade e passasse a ser uma agradável garoa de verão? De um jeito ou de outro, Caroline sabia que em algum lugar, Taylor a esperava em um dia de sol, ansiando pelo momento em que a veria de novo. E este momento chegaria. Um dia.
- Estou bem sim... - Disse ela, com um sorriso sincero à amiga. - Acho que vou conversar com o Zac... talvez esteja na hora de eu dar uma chance a um novo relacionamento.
- Acho bom, você não tem nem trinta anos, muito cedo para aposentar. - Falou Jéssica, derrapando de leve na areia molhada e segurando-se na amiga para não cair. - Que droga de chuva.. lá se foi minha lua de mel. - Resmungou.
- Não se preocupe... o Sol voltará amanhã.

7 comentários:

  1. LEIAM ISSO, PESSOAS BONITAS. *-*
    Oii. Pessoas, esse foi o último capítulo.
    Muiito obrigada a todo mundo que leu, comentou, opinou,divulgou enfim, participou durante esse 8 (OIITOO =o) meses... quase uma gestação. xD eu com certeza nem teria terminado a fic se não soubesse que tinha gente acessando aqui sempre, esperando pelos capitulos... essa foi minha primeira experiencia, e esse apoio de vcs foi muito fundamental, serião.
    deixa eu parar de enrolar senão ninguem vai ler isso...humm... eu queria tambem pedir desculpas pelo final "triste", acho que pode desagradar...mas sei la, ele tava meio previsto desde o começo... >< e eu espero que tudo tenha ficado bem explicado, sei que alguns detalhes ficaram meio que nas entrelinhas.. mas acho que deu pra entender..

    ah é, outra coisa... comecei outra fic, o endereço é esse aqui: http://www.remembermefanfic.blogspot.com
    não da pra acessar ainda porque ainda to arrumando umas coisas, mas essa semana ja começo a postar la XD se alguem se interessar em ler, eu vou ficar feliz... é um estilo bem diferente dessa aqui, mas quem sabe né...

    E SÓ MAIS UMA COISA, quem tiver alguma fic deixa aí o endereço pra eu ler *-* ja to lendo um monte, mas nunca é demais...as férias tão chegando e vou poder grudar no pc. (como se eu ja nao fizesse isso..)

    É isso, obrigada por tudo, pessoas.

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  2. Oiiii!!!!

    A foto desse capítulo me deixou tensa. O.O

    Vou ler! #aiquenervoso

    - Eu sabia!
    Era discurso pronto.
    - Tadinho do Ezra!!!
    Ai que medo!!!
    - Tadinha da Penny!!
    - .........O.O.........
    - #tenso
    - Maggie ta arrependida?? Tadinha, né!! Que dó! #venenoescorrendo
    - Nasceu!!! =D
    - Taylor....O.O
    - Tay....=(
    _ Nããõoo!!! Taylooooor!!!! D=
    -...........D=.....=(.......
    * Pausa na leitura pq estou arrasada. rsrs...

    - Jéssica casou!! =D
    - Zac....fofo!!!
    - "o Sol voltará amanhã." - Que lindo!!!



    Essa história merece um filme.
    Sério!!

    Fiquei triste com o final. To arrasada!!
    Vai levar um tempo para superar esse final, mas "o Sol voltará amanhã." rsrsrs....

    O final....msm triste e devastador...... foi lindo!!
    Nossa!! Como to dramática. rsrs...

    A história ficou perfeita. Amei a forma como vc escreveu o último capítulo.
    Eu não sou muito fã de fanfic em que eles são famosos, mas a sua foi uma linda e perfeita
    exceção.
    Parabéns!!

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  3. AHHHHHHHhh Meu Deus =(((((( chorei d+ .... to depre rsrs... na hr que vi a foto achei q era por causa da carol
    tbm preciso superar o final! huahua mas putz.. q mensagem bonita,ficou perfeito....nem sei o q comentar, essa historia ficou linda e eu c/ certeza vou ler a outra fanfic
    bjoo!

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  4. Belle,sinceramente,nem sei se vou conseguir escrever alguma coisa descente aqui agora!

    olha,vc escreve muito bem,é uma delícia de ler e não só isso,vc realmente passa emoção,sabe?

    vc foi muito ousada com o final,de verdade q eu não esperava!

    odeio finais tristes,mas esse foi lindo,acho q nunca li um final assim,foi original e triste demais!

    mas uma coisa é certa,estou chorando aqui até agora e não consigo parar,foi a coisa mais emocionante pra mim qdo a Carol correu para ele na praia,desejei q ela tivesse morrido tbm independente de ter um filho precisando e dependendo tanto dela.

    engraçado como vc tornou tão possivel essa ideia de amor além da vida,de repente fiquei pensando q isso era tão possível,q com certeza um amor assim tão verdadeiro nem a morte pode separar!

    mto triste,cada diálogo,cada cena,mas vc construiu td tão bem q não da pra ficar chateada cm o final,tanta coisa q eu queria dizer sobre o Zac e a Carol,sobre o casório de Jess e Ike,mas agora não consigo,ainda estou sob o efeito da sua fic...

    vou sentir saudade da You Own My heart,foi uma das fics mais marcantes q li nos últimos tempos e acho q nunca vou esquecer,afinal estou chorando q nem uma retardada,tem hora q nem enxergo a tela do pc!

    foi ótima, vc tem talento de verdade,q bom q postará outra fic,sério!
    certamente estarei acompanhando!

    mil beijos,parabéns!

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  5. Meu coração está ardendo! Gente, que mensagem linda.
    Sabe... embora o que o Taylor tenha feito para a Carol e ela estar com o coração dele, achei ainda que ela ficou com um vazio, um buraco na vida dela, pq... o que adianta se ela não tinha ele? E seria a mesma coisa se ele não tivesse ela. Enfim, chorei e demorei uns dias pra vir comentar, pq não conseguiria.
    Mas... o que a msg diz, a alma gêmea a espera do outro lado e Taylor estará esperando por ela e o presente que ele deixou pra Carol? Um clone dele, que a faz se lembrar da vida dos dois.

    A unica coisa que senti falta, é que os dois não viveram mt tempo esse amor, mas o pouco que teve, acho que marcou a vida dela. :)

    Muito linda a fic, emocionante! Vc é boa num drama.
    E agora, estou ansiosa pela sua próxima fic.

    Beijos

    Parabéns!

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  6. Adorei a fic,vc escreve muito bem...

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  7. que final lindo e triste! não sei nem o que dizer... fiquei comovida mas ao memso tempo fiquei feliz por como tudo terminou
    e o melhor de tudo é que foi um final imprevisível! tô sem saber muito oq falar, odeio terminar fanfics, fico sentindo um vazio depois hahaha
    mas parabéns pela história lindíssima que tinha tudo pra ser um clichê e acabou surpreendendo todo mundo!
    já vou começar a ler a nova,FATO!
    beijos

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